Cuba alerta para chegada de cinzas de vulcão espanhol Cumbre Vieja

 

Cuba alerta para chegada de cinzas de vulcão espanhol Cumbre Vieja

Partículas geradas por erupção, que completou 15 dias no domingo, foram registradas a mais de 6.000 quilômetros de distância

Neste domingo, 3, data em que completou 15 dias em erupção, o vulcão registrou duas novas fissuras, se tornando “mais agressivo”. Com o aumento da atividade, parte da estrutura do cone foi derrubada, segundo o Instituto Vulcanológico das Ilhas Canárias (Involcan), que já havia alertado que a erupção pode durar de 24 a 84 dias, levando em conta dados históricos da região e a média de duração do fenômeno, de 55 dias. 

A superfície afetada pela lava já é de 399 hectares e, até o momento, foram afetadas 1.074 construções. Dessas, 946 foram totalmente destruídas.

Atravessando o Atlântico Norte, a mais de 6.000 quilômetros de distância, modelos criados pelo Centro Meteorológico Provincial de Camaguey, em Cuba, apontam que uma nuvem com dióxido de enxofre chegará à ilha nesta segunda-feira, se espalhando por todo o território cubano já a partir da terça-feira.

Cinzas do vulcão já haviam sido detectadas em Porto Rico e parte da região do Caribe neste domingo, causando a deterioração da qualidade do ar. 

Em resposta, especialistas do Ministério de Saúde Pública cubano recomendaram que moradores evitem exercícios ao air livre e protejam as vias aéreas, principalmente usando máscaras. De acordo com o ministério, as nuvens são carregadas de materiais prejudicais à saúde, sobretudo para pessoas com problemas respiratórios e alergias.

Com temperatura de mais de 1.000°C, a lava, entretanto, segue previsões e flui para o oceano em uma corrente contínua, descendo em cascata e criando um delta com uma frente larga, que já atingiu uma profundidade de 24 metros no mar, de acordo com o Instituto Geográfico Nacional da Espanha.

O presidente das Ilhas Canárias, Ángel Víctor Torres, em entrevista a uma emissora de rádio local, afirmou esperar que o fluxo de lava deixe de se expandir, dado o efeito devastador que teve sobre as casas e fazendas, após a abertura de um canal que o direciona para o mar, onde continua a fluir “normalmente”.

Desde que a lava chegou ao mar, o fluxo principal mostrou “alguma estabilidade”, com “transbordamentos em alguns pontos” e “um ramo que se separou do eixo principal”, mas a tendência é a canalização do magma, segundo o Plano de Emergência Vulcânica das Ilhas Canárias (Pevolca).

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